Presentinhos
Leitores do Correio apontam uma veia crítica e irônica do colunista para com o establishment desta Sanja crepuscular.
O escriba é compelido a concordar com os missivistas. A coluna tem vocação pra cutucar o poder. Bem verdade que os textos toscos das sátiras infames não provocam sequer cócegas nos seus alvos. De qualquer forma, a bandeira da crítica galhofeira aqui está fincada e daqui ninguém a tira.
Espírito de Natal, contudo, é o sentimento que faz o escriba atenuar a acidez do verbo e oferecer regalos natalinos a Nelsinho e Laert.
Dentre as inúmeras incompetências do colunista está a de não saber presentear ninguém. Como me comprometi a sugerir os mimos, fui atrás de socorro no mundo virtual. E-mails foram disparados e chats foram invadidos. Pingaram meia dúzia de sugestões, algumas publicáveis e outras cabeludas. Em nome da moral e dos bons costumes, este espaço acolhe só as primeiras.
Prefeito Laert
Uma passagem só de ida para Tkisi, uma bela e gelada estação petrolífera no norte da Rússia, foi a sugestão de um leitor sanjoanense, ora exilado na Itália, que prefere não se identificar.
Klauss escreve pra dizer que não daria nada. Simplesmente mandaria matar o autor destas linhas, pois assim livraria ele e Laert de um pentelho cronista. Boa Klauss, só espere passar esse fim-de-ano porque eu gastei os tubos em scotch whisky e não queria passar desta pra uma melhor sem uns goles do santo malte escocês.
Uma tal Maria Margarida (pseudônimo) foi outra que não se arvorou a mimosear Laert. Ela só revelou que fez faculdade com o atual prefeito e que o adora desde àquela época. Maria Margarida, senti nas entrelinhas das suas poucas palavras que o ‘number one’ desta Sanja, num passado remoto, já foi torpedeado por correios-elegantes da sua lavra. Tô errado?
Leitor anônimo quer regalar Laert com duas dúzias do desodorante Avanço. Justifica o oculto missivista: “só assim pra ele sentir o cheiro do povo.” O escriba adorou a idéia e quer incluir no pacote um punhado de sabonetes Rexona.
Outro leitor que não quer se identificar declara: “Laert é homem fino, que bebe vinho, usa suéter e lê clássicos da literatura. Eu daria um tempero cômico na sua circunspecta biblioteca e o presentearia com uma deliciosa coletânea de crônicas do Veríssimo: ‘As Mentiras que os Homens Contam’”. Sem comentários, prezado e maldoso bibliófilo.
Nelsinho Nicolau
O prefeito eleito ainda não é vidraça. Por isso, acredito, poucos arriscaram a presenteá-lo. E estes poucos sugeriram mimos-metáfora com inequívocas tonalidades pastel. Aos que urram com um bom vermelho-sangue, minhas sinceras desculpas.
Um saco cheio de disposição e ferramentas para melhorar a cidade, sugere o mesmo leitor que quer deportar Laert pro gélido norte da Rússia. Tudo bem, amigo leitor, desde que entre as ferramentas não haja nenhuma espingardinha de abater tucanos. O Turquinho, convenhamos, é homem de paz.
Meu amigo Vardão quer ofertar ao Turquinho uma varinha de condão para que ele realize as promessas de campanha. Concordo, honrado Vardão e, colorindo o cinza, bem poderia esta mágica varinha chegar nas mãos de uma fada bem gostosa. Né não, Vardão?
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