O escriba no exílio
Há dezessete meses este escriba importuna a paciência do leitor com crônicas infames.
Pois bem, caro leitor, tudo tem limite. Que espoquem os fogos, Sanja se livra do seu pseudo-cronista e os leitores das toscas aspirações literárias da “pena mais viperina do século XXI”. As aspas são necessárias porque a assertiva é do generoso amigo Zezinho Só. Aliás, Zezinho foi dos colegas que mais jogaram confetes no ruim e porco verbo da ‘Dedo de Prosa’. Seus elogios, tão estimados quanto exagerados, massagearam o ego do cronista.
E, um auto-confete rápido, palavras de apreço vieram de todos os lados —do poder, da ralé, de amigos, de parentes, de entendidos e de não tão entendidos assim. O escriba agradece a todos os que viram literatura onde só existiam pífias escrituras. E agradece, também, as poucas críticas. Sem modéstia, não concordou com nenhuma, mas aprendeu com todas.
Já falei aqui, e reitero, que este Correio é estandarte maior da liberdade de expressão. A coluna, não raras vezes, enveredou por caminhos temerários da crítica ácida e da galhofa despudorada. Jamais recebi censura da editoria. Jamais me foi sugerido que eu deveria trilhar por este ou aquele caminho. A integridade dos escritos nunca foi sequer arranhada.
E por que o escriba vai abdicar de tribuna tão libertária?
O eterno nomadismo dos bancários vai desterrá-lo de sua Sanja crepuscular. É verdade que ele já ganha o pão em outras plagas, mas a nova plaga fica mais distante da verdejante Mantiqueira e vai obrigá-lo a beijar o sagrado asfalto da Tereziano Vallim somente uma vez por semana. Este proseador vai mergulhar de cabeça no novo desafio profissional e, por isso, vai dar um ‘off’ temporário nos referenciais provincianos que inspiram seus textos. Passado o período de adaptação, quem sabe esta pena volte com alguma coisa do tipo ‘Sanjoanense no Exílio’. Quem sabe...
Lá em Limeira, —sim, é lá o exílio— eu sei, vou me deixar seduzir por um crepúsculo não tão maravilhoso, mas suficiente pra remeter nostalgicamente meus pensamentos pra esta Sanja crepuscular me fazendo pisar e repisar a poética frase do Torero que diz que “a gente anda e tresanda, mas as coisas que nos emocionam são sempre as mesmas”. Obrigado, gente!! Até qualquer hora!!
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