domingo, março 06, 2005

Era uma vez um ônibus multicolorido...

Bar Teatro, Cine Avenida, Bar Canecão, Casa Tupi, entre tantos outros, foram ícones do comércio sanjoanense que durante muitos anos serviram nossa população. Estes estabelecimentos sucumbiram ao mercado hipercompetitivo e/ou má administração e hoje apenas habitam nossa memória.
A lógica cruel e fria dos números e índices estatísticos da contabilidade empresarial feriu mortalmente mais um de nossos símbolos. Estamos perdendo o “Expressinho”.
A venda do Expresso São João é mais um golpe na memória e história da nossa cidade.
Durante décadas milhares e milhares de sanjoanenses foram transportados pelos veículos multicoloridos da estimada empresa.
O bom atendimento e um corpo de funcionários muito gentil sempre foi característica marcante do “Expressinho”. Em viagens à São Paulo sempre acelerei meus compromissos para não perder o último ônibus do dia. Enfrentar a impessoalidade germânica e o desinfetante “tutti-frutti” do Cometa era, e ainda é, um martírio que, quando posso, tento evitar.
No ESJ somos gente, em outras empresas, carga.
Qual sanjoanense não sente (ou sentia?) uma ponta de orgulho ao cruzar com o “Expressinho” na Bandeirantes, Marginais e afins????
Sempre brinquei com amigos que ao adentrar os ônibus do ESJ, independente do local geográfico, estávamos em território sanjoanense.
Reencontrar velhas amizades que trabalham ou estudam na capital é (ou era?) fato corriqueiro e sempre agradável aos passageiros da querida empresa. O compartimento de passageiros dos ônibus do ESJ é (ou era?) a extensão da sala de estar de muitos sanjoanenses.
Os passageiros habituais com certeza vão sentir muito, mas sem sombra de dúvida, o nosso patrimônio histórico será o mais lesado.
A empresa compradora, num gesto de boa vontade e respeito à nossa memória, bem que poderia manter a pintura característica nos carros. Mais ainda, deveria a todo custo preservar a cortesia e o calor humano que sempre norteou a relação empresa/passageiros. Acho que não é pedir muito.
O nosso povo, com certeza, aplaudiria de pé.
Se a nova empresa se mostrar insensível aos nossos apelos, despedimo-nos com o peito apertado:
— Expressinho”, boa viagem até nunca mais!!!!!!

1 Comments:

At 6:32 PM, Anonymous Anônimo said...

td bem lauro,o que vc escreveu é um relato,nao é um poema sobre o expresso que realmente eram belos onibus com o por do sol entre a serra de sao joao pena que foi vendido para a santa cruz e ela nao manteve a pintura.eu ja procurei pela internet,busologos enfim nao achei nenhuma foto do esjsp,que pena se o expresso existisse ele ganharia qualquer concurso de pintura nao é mesmo boa sorte.vc tem alguma foto dele?

 

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